25.9.08

Geraldo Nobre - Terça-feira Gorda

Terça-feira !
Dia que foi feito para todo mundo trabalhar.

- É..........
- Mas como é que está a condição ?
Abro a janela e.......
Oestão rasgando, teto azul, sem núvens e um cirrus se dissipando no céu.
- É.......
- Mas hoje não tem vôo em São Conrado........

Às 7:00h ligo o computador e imediatamente recebo um e-mail do Valença:
- Tá pronto ?
Um susto e ??????????
Ligo o celular e chega um torpedo dele também:
- Vambora ?
Outro susto e ??????????
5 minutos depois toca o celular.
- Tô saindo, vamos para Petrô; tive bons pressentimentos e hoje é o dia.......

Assim não há quem resista.......
Que trabalho que nada.
Praticamos um esporte que depende da natureza e é ela quem manda.
Tá dando vôo, vambora......
Lá fomos nós !

Já no carro ele trata de botar pilha na galera:
Liga para o Erick e grava na secretária eletrônica:
- Estamos tendo uma invasão de naves alienígenas nuvolentas.
- Vai deixar a gente ir sozinho prá Petrô ?
Liga para o Giovanni e manda ele largar o trabalho e partir para a rampa se não ele vai arrepiar nos pontos.

O Glauco liga para comentar da mega condição que está se formando e não acredita que já estamos na estrada........
Fica na pilha, desesperado, pois tem uma aula para dar na parte da tarde e não vai poder faltar.

Chegamos na rampa, o ventinho está perfeito de frente.
- Vamos montar antes da condição chegar......
As núvens vinham se formando da baixada para a serra.
Cada vez mais perto.
Perfeito.

Os pobres coitados que o Valença conseguiu arruinar o dia de trabalho também chegam.
Erick, Cedrick, Papito, Giovanni e Fabiano.
Como eu, também não resistiram e abandonaram tudo para ir voar.

11:45h decola o Erick e a primeira mensagem dele no rádio foi:
- Caraca tá subindo tudo !
- 5,3m/s
- Tá bom ou quer mais ?

Não há como esperar mais.....
Decola todo mundo e tacapum prá cima.
3, 4, 5 enrocasdas perfeitas e todos estampam no céu.
A galera do parapa que tinha chegado fica olhando, vendo os pontinhos velozes no céu e pensando:
- Será que dá prá gente decolar também ou tá forte ?

Enquanto eles pensam o Destemido Erick parte com tudo prá frente do Cristinho.
Foi, foi, foi, continuou fo..indo e descendo.
- ihihihihihiihi......
- Tá subindo tudo mas, tá frio, é cedo, e as descendentes tão consistentes.
- Tem que ter cuidado para não cair antes da hora.....

Valença estampa na rampa e segue prá lá também mas, ao contrário do Erick só vai na boa e estampadão.

Eu e Cedrick passeamos um pouco para o lado direito da rampa (para acumular km/pontos malandramente) e quando voltamos a da rampa já não tinha mais.
Seguimos para o Cristinho também e achamos de novo o canhão.
Primeiro falhado, depois um pontapé prá lua.

- A rota é pela encosta, pensei.....
- Tá frio, com sombras e acho que teremos poucas térmicas no meião.
- O negócio e boiar pela encosta.

Parto junto com o Cedrick na direção da Siméria e do Moren.
- Olha lá.....!!!!!!
- O Érick já se recuperou no morro do avião e já tá na nossa frente lá no paredão do Moren !!!!!!!

Chegamos no paredão do Moren e logo descobrimos que canhão....... já era........
Tem "lift" mas tá fraco e só é consistente quando a formação tá chegando na encosta.
O negócio é aproveitar o que tem e curtir o visual da floresta, dos paredões de pedra e da cachoeira que está na nossa frente.

Vamos boiando de pico em pico.
Enroscando na base da formação e aproveitando ao máximo a "chupada" das núvens.
Logo, logo descubro que arrumei um sombra.
Cedrick jogou a marimba e se amarrou na minha quilha.

O Erick dispara no rádio.
- Vou abrir para o meião que aqui tá fraco e tá ficando pesado.

- Vai não que é furada, pensei.... mas ele foi tão decisivo que respeitei sua opinião e não falei nada.

Puxei o Cedrick comigo na direção de Teresópolis.
Avistei o Dedo de Deus e cravei a rota na sua direção.
Passamos bem ao lado dele, com o visual da Granja Comari no meio de Teresópolis.
I N C R Í V E L, a vista e a sensação de passar ao largo deste cartão postal.

- Vamos seguir em frente e cruzar a garganta do soberbo para pegar o "lift" do outro lado.
- Vambora Danoninho Sombra......
E ele não decepcionou, lá fomos nós.

Cruzamos, enroscamos, lifitamos e seguimos nas fraquinhas.
No contra-forte da frente vai esta melhor.
Conforme previsto:
Chegamos lá e a condição também.
Arredondou e lá fomos nós encostar no teto de núvens.

Giovanni que vinha na cola, uma termal atrás, resolveu abrir para a Parada Modelo e foi caindo, caindo, caindo....
- Lá se foi mais um pro chão.....
- O jeito e continuar pela cordilheira até o fundo do vale.

- Vambora de novo...
E de pico em pico chegamos no fundo do vale, aonde já havia pousado uma vez.
- Pronto, agora é cruzar os morrotes da fente e chegaremos em Conceição de Macacú.
- Naquelas cordilheiras antes da cidade eu sei que tem..........
Como burro puxando a carroça, lá fui eu.
Tirada longa mas lisa e com pouca perda.

Chegamos a média altura e foi novamente junto com a formação que chegava.
Que sensação maravilhosa, aquela de enroscar redondo numa termal consistente até a base das núvens e isto há mais de 60km da decolagem.
- É, mas o teto tá baixo.....
- A serra depois de Macacu é alta e vai ser complicado pular.
- O jeito é dar um pulo de cada vez, não vai dar para passar direto como das outras vezes.
- Vamos cruzar o vale onde está a cidade e pegar nos morrotes antes da cordilheira, foram os meus pensamentos.
- Vamos...., apitei e botei lenha na caldeira do trem...

A cruzada foi firme e tivemos que acelerar um pouco, pegamos a descendente de uma formação que estava mais a direita e na frente do vento.
- Força, força, tem que passar o primeiro morro e pegar naquela concha onde as bananeiras estão encabeladas pelo vento.
- É alí.......
- E o Danoninho não veio ????
- Voltou da borda da pulada ????
- Que que houve ?
- É alí....
Pôu....
Catapum....
Duas ou três falhadas e canhão prá cima....
Derivando para as montanhas e subindo......
- É o passaporte para a cruzada da serra.
- O próximo vale é tranquilo de cruzar pois, ele é todo de aclive com o vento subindo e na próxima encosta tem uma acendente residente de nota 10.
- CADÊ ELE ?
- Ele voltou ?
- Não acredito....
- Será que ele vai tentar pegar aquela formação que vem com o vento ?
- Não, não pegou...
- Vem de lá Erick, o Cedrick tá pousando naqueles gramados antes de Cachoeiro de Macacú...
- OK ???
-rschshichsie.......
- Recebido.
É agora é só comigo.
Vamos continuar a jornada que está cruzada é de um visual alucinante.

Como era esperado, encostei na serra e o vario apitou redondo, constante até a base da núvem.
- 1500m já estou no teto e o visual de todo o caminho percorrido e o vale formado pela concha das serras de Tanguá, Cachoeiro, Friburbo e Teresópolis estava atrás de mim.
Baixo para a região mas o suficiente para cruzar para o lado de Silva Jardim e Conceição de Macacú.

Agora é chegada a hora daquela parte chata da tremedeira em vôo.
Tremedeira de porradaria da condição de rotor que está por vir e tremedeira de medo da pancadaria.
Temos altura suficiente mas, vem uma região de varios morrotes, longe da BR-101 e no rotor desta "porra" desta serra de Friburgo que ainda não consegui botar mais de 2.200m nela para passar por cima.
- Vou cair no rotor de novo......
- Mas o que fazer ?
- Voltar ?
- Jamais.
Respiro fundo, travo a barra no peito e parto.
No começo, na saída da base da núvem e ainda alto, tudo bem.
Começo a perder altura e a chocolateira começa.
Rotor de um morro.
Vento do outro.
- Tem que abrir mais para o meio para pegar o vento e depois voltar de cauda para os morrotes.
- Vai .....
- Pica....
- É, fui, piquei mas a altura toda foi pro saco...
- Saí dos rotores, cheguei nos pastos mais afastados, peguei o vento de cauda, peguei o primeiro lift, segui para o segundo e uns 15 km depois estava B A I X O.......
- 300m a 400m mais ou menos.

Sem sol, formação pesada, só me restava liftar no morrote e mirar o pasto mais próximo.
- 85 km já tá bom.
Vamos fazer uma permanênciazinha para relaxar e depois pousar naquela fazendinha alí.
Tem estrada até a BR e eu já conheço o pessoal pois já pousei alí também.

Aí o vento começa a aumentar.
Solto a asa e literalmente imito um gavião parado no vento.
Ôpa, tá subindo.
Dá um bordo prá cá, outro prá lá.
Encaixa numa termal saido do pasto e derivo com ela.
Ganhei, derivei mas caí dela.
Ainda tava falhada.
Volto, apanhando pelo rotor do morrote e começo de novo.
Abro mais para frente pois vejo um urubú começar a subir que nem elevador.
E..........

Lá vou eu.....
Agora ela ficou grande redonda e devivando na rota que eu quero.

Começar de novo........
10km andados nesta brincadeira de subir e derivar nesta térmica.
O suficiente para pular o próximo vale e chegar na próxima encosta.

Repito a dose e tô vendo Casimiro de Abreu ao alcançe de meu L/D.

Mas como a ganância e a esperança de achar outra é maior, em vez de abrir para o baixio, volto o bico da asa para os vales de dentro e parto.

Altura não ganhei mais mas, em compensação, passei por trás de um pico maior e caí no rotor dele, num pequeno vale estreiro e ....
Tome PORRADA do rotor ......
- É para aprender mais uma vez que não se joga por trás de um pico em um vale no través do vento.

Mas, como tinha altura suficiente, cruzei toda a rotorzeira e ainda passei por trás de outro morro tomando mais cacete para chegar num vale onde os urubús ainda lifitavam.
Já tinha consciencia que estava no fim do vôo.
110km, 4:00h da tarde, céu encoberto, núvens acachapadas e sem força e um vento consistente de través.

O negócio agora era sair do meio dos morrotes e escolher um bom pasto para pousar.
Sobrevoei a entrada do vale em que estava (com arados em baixo), olhei para a frente para a BR-101 que estava ao meu alcançe e decidi.
- Aquele pasto, sem obstáculos, sem postes, sem rotor, na beira da estrada e em frente aquele posto de gasolina é perfeito para terminar o vôo sem sustos.

Aproximei perfeito.
Rodei em cima do pasto, dei o último bordo transversal ao vento, em cima da BR e cravei a quilha no meio de um grande gramado.
3:56h de vôo e 112km de Petrô.

Compromissos chutados para o alto;
Alma lavada pelo vôo;
Esperança que amanhã tenha mais;
Terminei meu dia no resgate trocando máximas de vôo com meu parceiro de aventuras e aprendiz de Dino, Valença.

É não foi uma terça-feira normal de trabalho, foi uma TERÇA-FEIRA GORDA !

Obrigado a todos que dela participaram,
Geraldo Nobre

Detalhes do vôo:
http://www.xcbrasil.org/modules.php?name=leonardo&op=show_flight&flightID=10256

23.9.08

Erick Vils - Vôo livre online!

O Erick está iniciando uma nova era no vôo livre, a do vôo online.
Seu celular possui GPS integrado que manda a sua posição geográfica via operadora para um página específica na internet que coloca os dados no mapa. Uma revolução!

Hoje ele decolou de Petrópolis e o vôo pode ser acompanhado pelo link: http://www.trackr.eu/user/erick.vils/live

Toda a explicação sobre o sistema está na página dos Vils Brothers

É o vôo livre ao vivo, e o Rio XC está junto nessa!

5.9.08

Geraldo Nobre mostra sua nova arma!

Nosso líder está se preparando para a etapa final do Rio XC. Faltam menos de três meses para o fim da competição (30/11) e a primavera está chegando, motivos mais que suficientes para o Geraldo trocar de equipamento.
Sua nova T2C da Wills Wing já chegou e ele começou os treinos para regular e conhecer melhor sua nova máquina.
Pelo visto ele se adaptou bem a ela. Ontem em Nova Iguaçu ele fez um triangulo FAI de quase oitenta kms, marcando cerca de 160 pontos.
Nosso "Geraldossauro Rex" não quer dar moleza para ninguém!

Vejam os detalhes do vôo aqui:
http://www.xcbrasil.org/modules.php?name=leonardo&op=show_flight&flightID=9832

2.9.08

Nader Couri - Fazendo muitos pontos em São Conrado

"Fala Comando, tá vendo como um vôozinho com decolagem e pouso em São Conrado também vale, acabou substituindo vôos de mais de 30 kms em Petrô...... e tem gente que não gosta... rsrsrsrs.... a chegada no Pão de Açúcar foi maneiríssima, pena que o teto tava baixo e tive que voltar quando bateu 700, sai com 1000.... se tivesse uns 200 mts mais alto dava pra ir no outro morro do Pão de Açúcar.........

Voei sozinho o tempo todo, só no começo vi duas asas e 2 parapentes voltando, isso era às 10:30h depois mais ninguém...... decolei às 10:30 e pousei às 14:10...... dale fissura!

Eu ia colocar a máquina mas na hora perdi o saco, ao menos não fico na preocupação das fotos. Ontem também deu.

Abs, Nader"

http://www.nadercouri.com

Detalhes do vôo:
http://www.xcbrasil.org/modules.php?name=leonardo&op=show_flight&flightID=9785